sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sempre tinha a piadinha infâme: 'cai em pé e corre deitado'. E quão bonitao era o barulho que fazia. Numa segunda feira pôs final-de-semana-terrível, aquele sussego de pingos de chuva escorrendo pelo abstrato. Um cigarro mentolado, com um gosto persistente de perfume que inutilmente tentava lavar e lavrar o gosto amargo que vinha das vísceras, não as intestinais, e sim a parte mais íntima de qualquer coisa. Ao fundo a melancolia de Nothing else matters. Sentia o vento bater, trazendo junto pequenos fragmentos da chuva que caia. E ali permanecia um desejo incontrolavél de que essa água, de forma tão orquestrada, lavasse o corpo e a alma. Levasse pra sarjeta toda a repugnação que sentia, o desprezo pela covardia suprema. A única coisa que precisava ser mantida era a esperança. Em relação a que (?) Não existia resposta, porque nada mais aparentava ter um sentido digno de espera.

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sutilidade entre a complexidade e a ambiguidade. ou um tiro no escuro (?)

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