sexta-feira, 20 de agosto de 2010






Oi Daiane! Me sinto meio intrusa tentando falar com você, que sou eu mesma, a única diferenças serão os 29 anos no lugar dos 19.
Creio e quero eu, pensar que você seja alguém com uma vida profissional realizada, uma jornalista conceituada, e assuma de uma vez por todas quem você realmente é.
Me assusta pensar que posso virar uma andrógena, com roupa cibernética, carros voadores, e essas coisas tecnológicas no pensamento.
Sei que as músicas serão cada vez piores, e os bons e velhos cantores e cantoras vão ser extintos e substituídos por parafusos saltitantes, brilhantes e barulhentos.
O meio ambiente um museu, aonde você visita pra relembrar momentos bons, e respirar ar puro, cilindro de oxigênio vai ser mais chique que bolsa da Louis Vuitton. As pessoas vão vender drogas em barraquinhas em praça pública., e os mais alternativos andaram nus.
E você Daiane, que não esteja casada, com cinco filhos, indo a igreja aos domingos, almoçando na casa da sogra, viajando pra praia no final do ano. Praia essa que vai ser mais acessível, por o nordeste vai ser coberto por água.
Talvez eu seja uma monge budista, uma hippie lesada, posso ser uma empresária de sucesso, casar com um muçulmano, virar lenda.
Não importa o que irá acontecer, quero apenas deixar escrito aqui, o quão importante você é pra mim. Digo isso no sentido de ser quem eu sou agora, e ter ciência que essa fase mudou todo o percurso da minha história, me sinto plena por ter passado por tudo que passei pra chegar aqui.
Junto dessa carta, ponho meus segredos, e instintos secretos. Que o tempo não apague a magia do meu ego, e que você, eu, se torne tudo que anda planejando, e mesmo que nada disso dê certo, me orgulharei da tua derrota, porque melhor que ninguém, sei que lutei.
Feliz 2020!

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sutilidade entre a complexidade e a ambiguidade. ou um tiro no escuro (?)

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