Pisou de leve, foi até o quarto da mãe, e ouviu soluços de um choro de vinte quatro anos se estender por uma noite inteira.
Lembrou dos sorriso entres os três, das regras, intimidades que só aquela casa tinha, de laços que foram quebrados por uma estranha, juntamente com todas as circunstâncias que o relacionamento dos dois tinha chegado.
Queria voltar para a infância, passar mais um domingo bonito, com as mãos penduradas nas mãos dos dois, sendo levantada a cada passagem por ruas cheias de outras famílias felizes.
Tentou lembrar do último carinho que recebe do seu progenitor, não conseguiu, só vinham ofensas, descrença e o ódio que ele transparecia a cada nova descoberta que fazia da filha.
Uma filha que nunca seguirá seus preceitos de perfeição, que escolheu os caminhos mais tortos, e muito parecidos com os próprios, talvez seja isso que implicou essa falta de respeito entre os dois, a imensa coinscidência de quererem o impossível.
Entrou no quarto, abraçou a mãe, que ainda chorava, sem nenhuma palavra saiu, deitou e ficou lembrando das coisas boas, porque as ruins ainda estavam por vim.
Lembrará sempre da voz estranha andando pela casa, das manias insuportáveis, e das ordens paternas ridiculas e necessárias.
Pediu ao vento, ao tempos, que ajeitasse aquela nova vida que precisaria ser erguida, aos trancos e barrancos, mas de alguma forma, o bem estar iria pousar naquele lar a qualquer dia que estar por vir.
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