domingo, 23 de junho de 2013

Eu ainda te procuro, no escuro sabe? É como se esse quarto fosse perdidamente apaixonado por você. Viro pro lado, escuto seu sorriso preenchendo cada canto desse chão, cada pedaço desses paredes ecoam a sua voz e as outras coisas que aconteceram aqui.
Te busco, no meio do breu, do meio dessa chuva que não para, e cai, dizendo que é preciso lavar a nossa alma, em outros lugares, outros trens, outros destinos.
Vamos fugir? Pra onde só exista nós, e se deixou se existir a gente inventa de novo, ou aproveita cada volta do relógio pra se despedir mais uma vez.
Tem tanta coisa bagunçada aqui dentro, desse quarto e de mim, tem tanta coisa que ainda precisa ser dita, tanto suspiros pra partilhar, tanto sexo pra suar.
Acontece que cada passo que dou até outro comodo me conta que é necessário, a cura, o tempo, o vento, e até a chuva que não me deixou ver a super lua.
Intenso, imenso, a vontade, e me contaram que quem tem coragem tem vontade, e tem vantagem.
Nada tá fazendo sentindo, mas talvez seja isso, esse deixar de ser para que nos encontramos a cada inverno, como nos dois últimos, encantando os prazeres imediatos que os julhos nos trouxeram.
Ainda me perguntam porque eu gosto do inverno? ele me deu você, me deu a gente, me deu vida, e outras coisas que pois é, eu vou ali fumar, e contar os pingos de chuvas, como se fossem segundos, de mais amor, mais uísque, mais fervor, mais fé, e mais a gente por ai.


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sutilidade entre a complexidade e a ambiguidade. ou um tiro no escuro (?)

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